terça-feira, 27 de setembro de 2011

A família



A dona Rosa era uma mulher muito forte, inteligente, educada, tinha sempre algo de bom para passar para as pessoas, estava sempre pronta a ajudar, quem a visse sempre sorrindo, não poderia nunca imaginar o quanto já havia sofrido na vida com a doença da filha e com a falta de dinheiro devido a remédios caros que tinha que comprar e quantas vezes já havia chorado sozinha em seu quarto pensado em como faria para alimentar sua família no dia seguinte; Ela tinha tudo que a maioria das mulheres sonha, um marido apaixonado, uma filha linda e saudável, uma casa confortável num bairro muito desejado e uma fé sólida e consistente que lhe trazia resultados admiráveis, ela era uma mulher feliz;

O Sr Carlos se considerava um homem abençoado, tinha a mulher que todo homem desejaria , companheira pronta para qualquer batalha, estava sempre ao seu lado o apoiando e incentivando tinha uma filha que amava muito e uma carreira bem sucedida de empresário do ramo de engenharia,  compartilhava da mesma fé que a esposa e havia recebido milagres impagáveis, bem longe daquele engenheiro praticamente falido que não tinha como comprar os remédios para a filha, comprar comida e honrar as contas ao mesmo tempo, hoje seu Carlos como era chamado podia comer o que tivesse vontade, viajar, pagar uma boa escola para a filha e mais do que isso tinha paz e era realizado e feliz;

Ester sabia que tinha pais maravilhosos, tinha tudo o que queria, era amada, protegida, mas só aquilo não a preenchia mais, ela queria viver a vida, sair daquele mundinho perfeito em que havia vivido por todos os 15 anos de sua vida, desde que fora curada de um câncer aos 2 anos de idade seus pais haviam estado sempre na igreja, lhe contavam sobre horas intermináveis em hospitais e em como ela tinha sido desenganada pelos médicos que lhe deram poucos dias de vida e do fatídico convite de uma ex-vizinha para ir a um cenáculo da fé, onde eles tinham se lançado em uma fogueira santa e Deus havia respondido, falavam sempre de como haviam prosperado e de como deviam tudo a serem dizimistas fiéis e lhe ensinavam sempre todas essas coisas, que também  tinha ouvido das educadoras da EBI, dos conselheiros do TF teen e agora vinha ouvindo no grupo jovem, mas ela se sentia diferente, Ela era jovem e queria ser como as outras jovens da escola, queria passear com as amigas,  ir a festas,coisas normais que toda adolescente faz.
continua...

Um comentário:

  1. Estou aguardando a continuação.

    Muito legal seu blog.

    Na fé

    josyc.blogspot.com

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